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Para novos tempos, novos líderes

Para o bem de sua carreira, seja não apenas um novo dirigente, mas um líder com ideias novas e transformadoras

Autor: Sílvio CelestinoFonte: Revista Incorporativa

Muitos profissionais desejam que suas carreiras os levem a alcançar os cargos de liderança. Portanto, a escolha do arcebispo Jorge Mario Bergoglio como papa Francisco nos faz refletir sobre os momentos nos quais novos líderes são necessários. Afinal, nas empresas ocorre o mesmo: há situações em que a opção por um novo gestor pode significar a vida ou a morte da companhia.

Para novos tempos, precisamos de novos líderes. Mas o que a companhia deseja é um novo líder com novas ideias ou alguém novo que consiga perpetuar velhas ideias?

O mundo se transformou, e hoje há muita luz em áreas que ficavam às escuras. Nas empresas, as novas gerações, as leis e, principalmente, as tecnologias são as novas fontes de iluminação. Elas mostram caminhos não traçados e possíveis correções a fazer. É evidente que, como toda mudança, geram desconforto e resistência.

Fatores de transformação

As novas gerações, chamadas de millennium, Y e Z, possuem uma ampla gama de acessos a informações e conhecimentos que causam enorme desconforto. Precisamos compreender que há duas formas de perpetuar a ignorância. Uma delas, a mais utilizada até o presente, é esconder informações da maioria; a outra é inundá-la com elas. A segunda maneira será cada vez mais comum. Por isso, as organizações e seus líderes ouvirão mais críticas de profissionais com pouca experiência e terão de saber lidar com isso. 

As leis são a segunda fonte de grandes transformações. Se já é humanamente impossível para um líder empresarial acompanhar as mudanças estapafúrdias na legislação brasileira, imagine seguir leis ao redor do mundo e que interferem em seu mercado. E a globalização faz com que legislações em outros países afetem nossas empresas em uma velocidade maior que no passado.

 A tecnologia era vista como uma importante ferramenta para a gestão e operação da empresa. Hoje ela é a natureza do negócio. As companhias, conscientemente ou não, vivem nesse admirável mundo novo que pode destruí-las de forma imprevisível.

 O único modo, portanto, de ser líder é ter uma mentalidade de adaptação às novas gerações, consciência a respeito das leis e interesse permanente em novas tecnologias. Uma liderança que não leve em conta as transformações do mundo provocadas por esses fatores está fadada ao fracasso.

As novas gerações

Para se adaptar às novas gerações, os líderes devem fomentar uma cultura de intensa comunicação. É verdade que os jovens têm acesso a muita informação, mas isso não significa que sejam capazes de criar conhecimento relevante. Uma ideia útil é determinar os critérios a ser utilizados para saber se uma informação é válida, coerente e proveitosa para a vida do jovem. Todo conhecimento que leve à adaptação, geração de valor para a vida pessoal e profissional e equilíbrio é o mais relevante para o seu desenvolvimento. Além disso, o líder deve seguir e incentivar o uso de fundamentos científicos, a experiência e a intuição, nessa ordem, como critérios que geram maior chance de integração das ideias das novas gerações com a empresa. Um grande obstáculo é que, ao mesmo tempo em que as organizações são velozes para se adaptar aos mercados, são anacrônicas em sua cultura interna. É ela que fomenta ideias antigas, impede a comunicação e perpetua velhas visões em um novo mundo. As companhias bem-sucedidas fazem exatamente o contrário.

As leis

A melhor forma de lidar com as leis é influenciá-las. O líder deve ter uma visão de mundo e, nele, qual o seu papel e o da empresa. Nosso futuro será o que as leis disserem. E ainda é preocupante o que elas determinam sobre: onde e como é alocado o dinheiro dos tributos, quais áreas da economia devem ser beneficiadas e o que faremos com as gerações futuras. Sob o ponto de vista empresarial, o líder deve pensar qual o valor que a empresa entrega para a sociedade e quais leis que geram um ambiente propício para que esse valor seja entregue, exista e evolua. Se não for capaz de influenciar as leis, então o administrador deve incentivar a existência de associações e grupos de líderes de seu setor. Fomentar estudos que ofereçam fundamentos para disseminar suas ideias e se tornar uma voz influente na sociedade.

A tecnologia

Já a tecnologia é o maior desafio para todo dirigente empresarial. Afinal, nós podemos nos desviar de um veículo que se mova em nossa direção, mas, se ele for invisível, seremos atropelados, sem saber o que aconteceu. A tecnologia tem essa característica: é invisível. Neste exato instante a maioria não vê o que será determinante para sua existência, mas ocorre nos mercados, nas leis e nas conversas das novas gerações. Redes sociais, celulares, nanotecnologia, robótica, computação na nuvem, enfim, o que isso tudo tem a ver com seu negócio? Quais riscos representam? E, principalmente, quais oportunidades?

O novo líder não é aquele que percebe esses fatores de forma isolada, mas sua poderosa e complexa combinação. As leis, associadas a tecnologias contemporâneas, provocam profundas transformações no mundo. O administrador que espera para agir quando elas se tornam visíveis, na forma de números e dados econômicos sobre a empresa, está se condenando – e a companhia também – ao fracasso. Somente aqueles capazes de observar essas transformações, refletir e agir, levando-as em conta, é que podem ser chamados de novos gestores.

Líderes vêm e vão, mas os bons são aqueles que geram maior valor ao mundo na forma de ideias, ética, coexistência e construção.

Para o bem de sua carreira, seja não apenas um novo dirigente, mas um líder com ideias novas e transformadoras! Para as empresas e o mundo!