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Dólar atinge menor nível em mais de 2 meses com entrada de divisas
Moeda norte-americana caiu 0,26%, para R$ 2,0305 na venda, menor cotação desde o dia 31 de outubro de 2011
O dólar fechou no menor nível em mais de dois meses nesta segunda-feira, sob o impacto de fluxo de entrada da divisa estrangeira no Brasil em um dia de baixo volume de negócios.
A moeda norte-americana caiu 0,26 por cento, para 2,0305 reais na venda, menor cotação desde o dia 31 de outubro do ano passado, quando fechou a 2,0303 reais na venda. Durante o dia, a moeda oscilou entre a máxima de 2,0380 reais e a mínima de 2,0240 reais.
Segundo dados da BM&F, o volume negociado foi de cerca de 2,155 bilhões de dólares.
Na avaliação de operadores, passado o final do ano quando a escassez de dólares é maior o fluxo tende voltar a ser mais positivo para o Brasil, o que pode fazer a moeda recuar aos poucos para próximo de 2 reais, patamar que deixa o mercado em alerta sobre uma possível atuação do Banco Central.
"Vimos um fluxo positivo mais forte hoje. A agenda hoje era muito fraca e não houve mais nada que pudesse alterar o mercado", disse o superintendente de câmbio da Intercam Corretora, Jaime Ferreira.
"Se o fluxo de entrada continuar, o dólar deve cair mais e o BC pode ter que voltar a comprar dólares", acrescentou o superintendente.
As cotações da moeda norte-americana foram pressionadas para cima no final de ano passado devido a fortes remessas de lucros e dividendos de filiais brasileiras para suas matrizes no exterior.
Para facilitar a entrada de dólares no país, as autoridades brasileiras começaram a retirar em dezembro alguns entraves aos fluxos de capital externo, alterando regras para o pagamento antecipado de exportações e o prazo de empréstimos externos com incidência de imposto.
Dados do fluxo cambial divulgados na quinta-feira pelo BC mostram que a entrada de dólares já começou. O fluxo ficou positivo em 312 milhões de dólares na semana passada, após uma forte saída da divisa na semana anterior.
As recentes atuações do BC também têm levado o mercado a acreditar que a autoridade monetária prefere que o dólar fique abaixo de 2,05 reais como forma de reduzir o impacto na inflação. Boa parte dos analistas vê a moeda oscilando entre 2 e 2,05 reais no curto prazo.
No entanto, caso o dólar ameace romper o piso informal de 2 reais, operadores acreditam que o BC pode voltar a atuar para conter uma queda excessiva da moeda. Neste caso, a autoridade poderia fazer uso de leilões de swap cambial reverso operações que equivalem a compra de dólares no mercado futuro.
A última vez em que o BC fez um leilão de swap reverso foi dia 25 de outubro, com o objetivo de rolar contratos de swap que venceriam no início de novembro. Na ocasião, a moeda estava em torno de 2,02 reais.
A variação da moeda também foi limitada nesta sessão devido a uma agenda fraca de indicadores no exterior. Nos Estados Unidos, não houve a divulgação de nenhum dado relevante, mas operadores lembram que as discussões fiscais no país e o início da temporada de balanços ainda podem trazer dias de maior aversão ao risco nos mercados e, consequentemente, alguma pressão de alta sobre o dólar.